Em meados de Setembro de 1992 a jornalista Guida Fontes terá de ir a Luanda fazer a cobertura das eleições angolanas. Entretanto comprometera-se a descobrir e entrevistar, antes de partir, o poeta Júlio Vera. Este, em 1988, escrevera uma série de poemas em que antecipara, misteriosamente, a queda da URSS. Guida dispõe apenas de 12 dias para levar a bom termo a missão. Acaba por localizar o poeta num velho e vasto andar, ao Chafariz de Dentro, com vista sobre o Tejo. Precisamente a mesma casa onde passara a sua infância, declara Júlio. A ela retornara para melhor recapitular isto e aquilo, o sim e o não de cinco excepcionais bifurcações da sua vida. O Y, a Grande Fisga, como diz. Por inexplicável ubiquidade, por cinco vezes teria conseguido trilhar, em simultâneo, os dois caminhos divergentes. Consequências: várias vidas alternativas, algumas até com incidentes no futuro próximo... Donde a intermitência das premonições.
